Defesa de Bolsonaro quer anular delação de Mauro Cid e nega impacto de novos áudios da PF
Advogado Celso Vilardi argumenta que as provas devem ser analisadas no contexto completo e aguarda decisão do STF sobre a denúncia contra o ex-presidente
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro vai solicitar a anulação da delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (24) pelo advogado Celso Vilardi, após uma reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
Vilardi não revelou detalhes sobre os pedidos feitos ao ministro, mas afirmou que protocolou várias petições relacionadas ao caso. Além disso, minimizou o impacto da divulgação de novos áudios da Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga um suposto plano golpista envolvendo Bolsonaro e aliados.
“Não tive acesso a todas as mídias. Isso precisa ser analisado dentro de um contexto, e não frases separadas”, disse o advogado.
Denúncia no STF pode transformar Bolsonaro em réu
Na semana passada, o ex-presidente e outros 33 investigados foram denunciados ao STF pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O julgamento da denúncia será conduzido pela Primeira Turma do Supremo, composta pelos ministros:
- Alexandre de Moraes (relator)
- Flávio Dino
- Cristiano Zanin
- Cármen Lúcia
- Luiz Fux
Caso a maioria dos ministros aceite a denúncia, Bolsonaro e os demais acusados se tornarão réus e responderão a uma ação penal no STF.
Ainda não há uma data definida para o julgamento, mas considerando o andamento do processo, a expectativa é de que o caso seja analisado ainda no primeiro semestre de 2025.
Delação de Mauro Cid e impacto na investigação
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, assinou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, revelando detalhes sobre supostas articulações para um golpe de Estado e o envolvimento de aliados do ex-presidente. Suas declarações foram utilizadas como base para a denúncia apresentada pela PGR.
O pedido de anulação da delação, feito pela defesa de Bolsonaro, pode ser uma tentativa de descredibilizar as provas apresentadas e enfraquecer as acusações. Caso o STF aceite a solicitação, as informações fornecidas por Mauro Cid podem perder validade legal, impactando diretamente o desenrolar da investigação.
