Petrobras registra prejuízo de R$ 17 bilhões no 4º trimestre de 2024
Resultados anuais apontam queda de 70,6% no lucro líquido, totalizando R$ 36,6 bilhões em 2024
A Petrobras anunciou um prejuízo líquido de R$ 17 bilhões no quarto trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 31 bilhões obtido no mesmo período de 2023. Esse resultado foi impactado por eventos não recorrentes, como variações cambiais em dívidas com subsidiárias no exterior, além da queda nos preços do petróleo Brent e volatilidade no mercado de diesel. No acumulado do ano, o lucro líquido da estatal foi de R$ 36,6 bilhões, representando uma redução de 70,6% em relação aos R$ 124,6 bilhões registrados em 2023.

Apesar do prejuízo no último trimestre, a Petrobras anunciou a distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos, utilizando suas reservas de caixa para remunerar os acionistas. A empresa destacou que, excluindo os efeitos dos eventos não recorrentes, teria registrado um lucro líquido de R$ 17,7 bilhões no quarto trimestre, ainda assim uma queda de 53% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
A receita de vendas no quarto trimestre foi de R$ 121,3 bilhões, uma diminuição de 9,7% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado anual, a receita totalizou R$ 490,8 bilhões, representando uma queda de 4,1% em comparação ao ano anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado também apresentou redução, atingindo R$ 41 bilhões no quarto trimestre, uma queda de 38,7% em relação ao mesmo período de 2023.
A empresa atribuiu os resultados negativos a fatores como a desvalorização cambial, que impactou as dívidas com subsidiárias no exterior, e a redução nos preços do petróleo Brent e nas margens de lucro do diesel. Além disso, a adesão a um edital de contencioso tributário em junho de 2024, visando encerrar disputas judiciais relacionadas a afretamentos de embarcações e plataformas, também influenciou negativamente o resultado anual.
Em resposta aos desafios enfrentados, a Petrobras aumentou seus investimentos em 2024, totalizando US$ 16,6 bilhões, um aumento de 31,2% em relação ao ano anterior e 15% acima do previsto. Esses investimentos foram direcionados, principalmente, para o desenvolvimento do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.